quarta-feira, 4 de abril de 2012

“Eu decidi que não quero que você leia tudo o que escrevo para você. Não mais. E também não me importo com o que você vai dizer se ler. Cansei de sempre esperar muita coisa de quem não tem absolutamente nada para dar, e ainda por cima dar a décima chance para quem não merecia nem a primeira. O que faz uma garota pensar que ela pode mudar uma pessoa tão autônoma que nem você? É, eu também não sei o que eu estava pensando. Mas eu te amava mesmo quando você agia de um jeito que me machucava tanto, que eu não sei nem explicar. Eu te amava, desse seu jeito torto. Eu te amava, mesmo com todas as merdas que você já tinha feito. E ia continuar te amando. Se você não decidisse pular fora. Eu cansei de tentar te puxar de volta pra mim quando eu sei que você está bem do jeito que está, eu é que preciso colocar isso na cabeça e seguir em frente. Acredito que, se você um dia, quiser reviver tudo de novo, vai entrar em contato comigo. Vai correr atrás. Quer me ligar? Você sabe meu número. Quer vir me ver? Minha porta infelizmente vai sempre estar aberta, e espero que você saiba disso. Mesmo que a minha vontade seja de fechar essa maldita porta e trancá-la para que você nunca mais volte a destruir tudo que eu tenho, para te impedir de entrar e sair quando bem entender. Mas eu sei que lá no fundo, eu sou incapaz de te pôr pra fora da minha vida. Só que eu também decidi que não vou te forçar a me ter na sua, porque sei que te prender é o primeiro passo para te perder. Mesmo que eu já tenha perdido. Então, se quiser, desaparece do mapa. Não me manda mais mensagens, não fala mais comigo. Só antes queria que você soubesse da enorme falta que você me faz. É isso mesmo que você leu. Você me conhece bem, sabe o quanto é difícil pra mim admitir que alguém faz falta. Mas você faz. Pouquinho. Bastantinho. Há pouquíssimos dias atrás, eu ainda me prestava a negar isso. Pra todo mundo. Mas já se tornou tão óbvio que é inútil eu tentar continuar com isso tudo. Parte de mim ainda tinha a esperança de que fosse apenas orgulho ferido, porque você foi o primeiro garoto que não me quis de volta e sim, isso foi muito estranho para mim. Eu praguejava, implorava para que fosse só isso. Se fosse, seria bem mais fácil seguir minha vida, mas… Chegou a hora de encarar os fatos. Eu me apaixonei por você, da forma mais estúpida, perigosa e autodestrutiva que eu poderia tê-lo feito. Acho que você deve perceber isso, nem que um pouquinho. No começo eu relutei, mas, logo depois, eu me entreguei numa bandeja para você. E você também. Parecia, pelo menos. Mas as tuas atitudes não confirmaram tuas palavras, porque na primeira oportunidade você estragou tudo. É tão estranho relembrar aquele momento. Num minuto estava aqui, no segundo, já estava nas mãos de outra pessoa. Foi tão inesperado, tão rápido. Eu juro que me surpreendi quando percebi que você tinha ido. Até para você, isso era uma atitude muito imprudente e que machucaria demais. Mas machucaria a mim. E machucou. E quanto a você? Aparentemente não. Será que fui eu que entendi errado e vi sinais onde não existiam? Eu sempre fui tão cética em relação a isso, será que fui eu a culpada? Será que eu que fui a culpada por esperar uma ligação ou qualquer mensagem idiota de desculpas, quando na verdade eu não merecia? Eu não entendo, desculpa. Você se foi, aceito isso, mas não compreendo. Estava tudo tão certo, tão perfeito. Que merda, você não presta. E eu, ainda assim, sinto a tua falta. E estou escrevendo uma carta sem remetentes para que você se toque de que é para você, largue essa garota e volte para mim. Porque minha vida nunca mais foi a mesma desde que você entrou, bagunçou ela toda e depois resolveu ir embora. Lembra da música que me marcou tanto quando nós brigamos pela primeira vez? Às vezes o amor dura, mas às vezes, ao invés disso, ele destrói. Então, meu anjo… Eu te amei. Você me destruiu.”



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